quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Um povo que nos ensina

Gosto de  sentar e desenvolver bons papos com pessoas simples, sem muita instrução. Elas trazem dentro de si um conhecimento prático dado pela vida. São portadoras de experiências e sentimentos muito preciosos.
Na minha casa, há 29 anos, trabalha a Conceição. Pessoa simples, não teve oportunidade de estudar, mas fez da vida a sua escola. É  lutadora, tem dificuldades para aprender a pronunciar palavras que fogem ao seu cotidiano, mas tem coragem de falar com qualquer um, sem deixar que essa dificuldade atrapalhe a relação. Sempre tem uma história para ilustrar seus pensamentos. Seus papos me ensinam muito.
Nos epaços rurais  tem muitas Conceições. No encontro com essas pessoas simples percebemos que elas são como livros que precisam ser lidos e que têm muito a nos oferecer.   É só  deixar de lado o preconceito de que uma boa conversa é só aquela que nos faz avançar no conhecimento racional e que o avanço desse conhecimento só é possível a partir de livros e conversas elaboradas.
Redescobrir o simples e poder falar como Chco Buarque:
"...E aí me dá
Como uma inveja dessa gente
Que vai em frente
Sem nem ter com quem contar."

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domingo, 23 de outubro de 2011

Um dia

Sou apaixonada pela obra do Mario Quintana!!!  a poesia Um Dia me emociona muito e principalmente pelo último verso que fala dos que não compreendem um olhar. Infelizmente não são poucos. Mas podemos modificar isso em nós e passarmos a ver com o olhos do coração. Experimente e veja o quanto mais somaremos aos nossos olhares.  Uma boa semana para todos 

"...Um dia descobrimos que beijar uma pessoa para esquecer outra, é bobagem.
Você não só não esquece a outra pessoa como pensa muito mais nela...
Um dia nós percebemos que as mulheres têm instinto "caçador" e fazem qualquer homem sofrer ...
Um dia descobrimos que se apaixonar é inevitável...
Um dia percebemos que as melhores provas de amor são as mais simples...
Um dia percebemos que o comum não nos atrai...
Um dia saberemos que ser classificado como "bonzinho" não é bom...
Um dia perceberemos que a pessoa que nunca te liga é a que mais pensa em você...
Um dia saberemos a importância da frase: "Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas..."
Um dia percebemos que somos muito importante para alguém, mas não damos valor a isso...
Um dia percebemos como aquele amigo faz falta, mas ai já é tarde demais...
Enfim...
Um dia descobrimos que apesar de viver quase um século esse tempo todo não é suficiente para realizarmos todos os nossos sonhos, para beijarmos todas as bocas que nos atraem, para dizer o que tem de ser dito...
O jeito é: ou nos conformamos com a falta de algumas coisas na nossa vida ou lutamos para realizar todas
as nossas loucuras...
Quem não compreende um olhar tampouco compreenderá uma longa explicação."
Mário Quintana

domingo, 9 de outubro de 2011

Primavera - Cecília Meireles

Primavera
Cecília Meireles

A primavera chegará, mesmo que ninguém mais saiba seu nome, nem acredite no calendário, nem possua jardim para recebê-la. A inclinação do sol vai marcando outras sombras; e os habitantes da mata, essas criaturas naturais que ainda circulam pelo ar e pelo chão, começam a preparar sua vida para a primavera que chega.

Finos clarins que não ouvimos devem soar por dentro da terra, nesse mundo confidencial das raízes, — e arautos sutis acordarão as cores e os perfumes e a alegria de nascer, no espírito das flores.

Há bosques de rododendros que eram verdes e já estão todos cor-de-rosa, como os palácios de Jeipur. Vozes novas de passarinhos começam a ensaiar as árias tradicionais de sua nação. Pequenas borboletas brancas e amarelas apressam-se pelos ares, — e certamente conversam: mas tão baixinho que não se entende.

Oh! Primaveras distantes, depois do branco e deserto inverno, quando as amendoeiras inauguram suas flores, alegremente, e todos os olhos procuram pelo céu o primeiro raio de sol.

Esta é uma primavera diferente, com as matas intactas, as árvores cobertas de folhas, — e só os poetas, entre os humanos, sabem que uma Deusa chega, coroada de flores, com vestidos bordados de flores, com os braços carregados de flores, e vem dançar neste mundo cálido, de incessante luz.

Mas é certo que a primavera chega. É certo que a vida não se esquece, e a terra maternalmente se enfeita para as festas da sua perpetuação.

Algum dia, talvez, nada mais vai ser assim. Algum dia, talvez, os homens terão a primavera que desejarem, no momento que quiserem, independentes deste ritmo, desta ordem, deste movimento do céu. E os pássaros serão outros, com outros cantos e outros hábitos, — e os ouvidos que por acaso os ouvirem não terão nada mais com tudo aquilo que, outrora se entendeu e amou.

Enquanto há primavera, esta primavera natural, prestemos atenção ao sussurro dos passarinhos novos, que dão beijinhos para o ar azul. Escutemos estas vozes que andam nas árvores, caminhemos por estas estradas que ainda conservam seus sentimentos antigos: lentamente estão sendo tecidos os manacás roxos e brancos; e a eufórbia se vai tornando pulquérrima, em cada coroa vermelha que desdobra. Os casulos brancos das gardênias ainda estão sendo enrolados em redor do perfume. E flores agrestes acordam com suas roupas de chita multicor.

Tudo isto para brilhar um instante, apenas, para ser lançado ao vento, — por fidelidade à obscura semente, ao que vem, na rotação da eternidade. Saudemos a primavera, dona da vida — e efêmera.

Texto extraído do livro "Cecília Meireles - Obra em Prosa - Volume 1", Editora Nova Fronteira - Rio de Janeiro, 1998, pág. 366.

domingo, 2 de outubro de 2011

Os jardins são adornos de uma casa

O jardim, adorno de uma casa, se compara a um adorno colocado no pescoço de uma mulher. Dastaca-a. Traz luz.
A diferença é que um pode ser comprado e usado imediatamente. O outro, se forma devagar, respeitando as regras da planta e da natureza.
Adoro formar jardins. É verdade que algumas vezes acho tudo lento demais e aí sempre falo: a natureza é lenta. Na realidade o certo seria dizer que a natureza tem seu tempo, que é diferente do nosso.


Sempre que posso levo orquídeas que já cumpriram suas funções decorativas e lá, damos vida à elas. O destaque fica para a espécie cimbydium, que só dá flores em locais com altitude elevada. Lá as plantamos no chão e quando as vemos floridas ficamos muito contentes porque sabemos  que elas têm história e que estão retribuindo o carinho com o que têm de melhor: suas flores.



sexta-feira, 9 de setembro de 2011

"Canto de um Povo de um Lugar"

O dia foi lindo. Céu azul, sol cuidadosamente aquecendo as pessoas. De vagarzinho vai ele descendo atrás dos montes,  criando sombras e deixando alguns raios passarem para mostrar a transição entre o dia e a noite. E aí, me fez lembrar a música do Caetano: Canto de um Povo de um Lugar.

Todo dia o sol levanta
E a gente canta
O sol de todo dia
Fim da tarde a terra cora
E a gente chora
Porque finda a tarde
Quando a noite a lua amansa
E a gente dança
Venerando a noite



terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Espaço Canto da Terra, venha me conhecer!

Hoje já sou um espaço da natureza, pronto para te receber. Mas nem sempre foi assim. Já fui feio, cheio de mato, não tinha jardim, gramado, a minha casa estava deteriorada e não tinha lazer para oferecer a quem me visitasse. Mas mesmo assim fui escolhido por um grupo de três amigos que confiaram no meu potencial e me transformaram. Hoje sou um espaço de braços abertos para te receber.


Meu clima é tudo de bom. Os dias são lindos, com céu azul, e as noites são estreladas (fora os dias e noites que a natureza escolhe para regar meus jardins e encher meus lagos).À noite, mesmo no verão, é difícil sentir calor. A temperatura é amena e normalmente quem me visita não dispensa um edredom. O outono, estação de poucas chuvas, de céu azul e sol forte  o suficiente para aquecer meus visitantes, é um convite às caminhadas pelas trilhas que passam pela mata atlântica e chegam à fazenda vizinha, onde se pode ver plantação de gérberas e alstroemérias em estufas.


Já no inverno, se for passar uns dias comigo, leve roupa de frio porque a temperatura pode chegar a 5 graus. Mas não se assuste: é só sentar ao redor da lareira com um uma taça de vinho, fazer um founde, contar e ouvir casos. Mas ao chegar a primavera, uma visita é imperdível: me visto de flores para que meus convidados me vejam mais bonita e aí, sinceramente, ninguém resiste! Para chegar até onde estou é seguir pela BR 262. Fico às margens dela e em aproximadamente uma hora e meia você estará lá, saindo de Vitória.


Vale a pena ter a experiência de me conhecer e quem sabe, ser meu freqüentador habitual. É um bom local para juntar amigos, fazer encontro de famílias, organizar um churrasco,  confraternizar, desestressar e recarregar as baterias para enfrentar o ritmo que o cotidiano de cada um exige.Venha conferir. Estou te esperando.



Eu quero uma casa no campo
Onde eu possa compor muitos rocks rurais
E tenha somente a certeza
Dos amigos do peito e nada mais ...
Composição: Zé rodrix e Tavito
O Espaço Canto da Terra fica dentro de uma fazenda situada a 132 km de Vitória, e às margens da BR 262. A altitude é de 1.100 metros, e o clima é agradável, podendo, mesmo no verão, chegar a 15 graus à noite, e, no inverno, até a 5 graus. 
É um espaço para aluguel que oferece toda a infraestrutura necessária. Lá se pode fazer trilhas, apreciar a natureza, tomar banho de piscina, andar de caiaque no lago, fazer sauna, churrasco, ou simplesmente usufruir da liberdade, que , no conceito do poeta Fernando Pessoa é: "Ai que prazer não cumprir um dever. Ter um livro para ler e não o fazer!".


Se você também quer usufruir desse canto da terra, junte sua família e/ou seus amigos e programe um fim de semana. Lá certamente o papo vai ficar em dia e as "baterias" serão recarregadas para suportar o stress do dia a dia.
Venha conhecer!